segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sono poético (poesia)



Com sono a gente não escreve poemas. A gente debulha uma mixaria aqui e outra acolá.


Com sono não há soneto. Nem pensar. Fazer soneto já é de uma complexidade enquanto sóbrio
- imagine-se bêbado por Morfeu -


    Se tens fértil mente pensante, ó Olavo Bilac fake, mestre da prosódia ridícula e da rima fácil e burlesca, guarde seus versos para si mesmo
    Só imagino um homem (já morto) fazendo sonetos à antiga
    Com a desenvoltura não-piegas
    Que lemos em As Horas de Katharina


Sono é sonar de improbabilidades poéticas
Favor escrevais vossos poemas lúcido quiça translúcido
Mas nunca de porre ou com os olhos por fechar
Poupem-nos da vergonha alheia de criticar um verso em público
E se dizer: isso é obra do impaupério artístico causado pela ausência de boa dormida


Tolentino bebia e cheirava cocaína (isso é fato)
Mas acredito que ele concebia seus elegantes sonetos
Sempre depois de um bom banho tomado e as energias revigoradas
Afinal uma mente ébria não comporia algo como:
“... é nesse encontro entre a paleta e a partitura
que uma cidade existe tal qual imaginei-a” (Bruno Tolentino, 2006, em A Imitação do Amanhecer)

Um comentário:

  1. Depois dessa meu amigo, tomarei dramim e vou dormir para tentar escrever algum verso.
    =D Beijos Sid. Boa essa 'cutucada' aí. Heheheh

    ResponderExcluir