terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pálpebras fechadas (poesia)



Abri os olhos e vi ratos, um beco imundo e um cano por onde saía mijo e merda.




Plic, plic, plic...bati as pálpebras e fechei os olhos:
E a vi com seus cabelos drapejados pelo vento e senti o perfume dela me inundando as narinas.




Abri os olhos e vi gente matando gente, estupros, pedófilos e tarados.




Plic, plic, plic...bati as pálpebras e fechei os olhos:
E ela tenta me fazer sambar um samba e eu morro de achar graça com a minha inapetência para danças.




Abri os olhos e vi o Dalton Trevisan jogando pôquer com o Charles Bukowski e dois travestis defecando num cantinho numa esquina.




Plic, plic, plic...bati as pálpebras e fechei os olhos:
E ela pede para eu comprar um celular e eu invento uma esfarrapada desculpa e a gente se queda rindo da minha bobagem.




Concluo que é melhor sonhar de olhos fechados:
E plic, plic, plic... bato as pálpebras e fecho os olhos para nunca mais abri-los.



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