segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Só os gays sabem amar (poesia)


Heterossexuais tem receio babaca de falarem para seus cônjuges “te amo”
Como se amar alguém fosse uma coisa do outro mundo
Um evento histórico ou sobrenatural


Não! Não existe segredo
Amar uma pessoa é saudável, é factível
E é (ou deveria ser) ato comum
Mas os casais de meninos e meninas postergam dizer ao máximo “te amo”


Amem e sejam amados
Sem receios e sem medo de cair com a cara no chão
Levar um não
Levar um “se foda”


O amor é ato tão banal
Se esconde nas entrelinhas que nem nos apercebemos dele
Bukowski amou Nina quando pediu a ela para aparar as unhas dos dedos dos pés dele
Romeu também Julieta com a mesma intensidade
Eu te amo


A grande conclusão que tiro disso tudo
É que gays amam de forma irascível, de uma maneira carnal
Como o amor deve ser amado, executado
Sem frescuras, sem se pedir ou se anunciar
Os gays colocam todas suas expectativas num amor
Que pode durar alguns minutos ou anos a fio


Sem temer o pior
Eles vivem
Simplesmente assim
Só os gays sabem amar

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fruta (poesia)


Seu exsudor, seus exsudatos
Do gosto, do sabor maravilhoso
De você todinha em minha boca


Sua boca, seu pescoço, sua nuca
Suas costas, suas pernas, seus dedos
Suas coxas, suas nádegas, sua vulva
Vulcão


Saliva e suor para dessedentar-me de você
Assim eu já dizia em uma outra poesia
O gosto do seu beijo é viciante
O gosto das lambidas de gato pornográfico que dou no seu corpo coberto com seu suor
Excita e aumenta meus desejos


Mas o melhor dos seus sabores emana de lá
De onde eu sinto o sabor do vinho do araçá:
- levemente ácido e doce ao mesmo tempo -
Um estupor de delícias na minha língua

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A fábula do jegue (fábula)


Aqui tenho uma fábula sem moral. O legal dessa estória é que o leitor pode dar, seguindo seus sentidos multi-interpretativos, o tom que ele quiser à moral. Sem mais delongas, ei-la:


No alto sertão Nordestino, idos dos anos vintes do século XX, um homem estava sem ter uma mulher para si há quase um ano. O homem estava na maior secura. Eis que no afã de ele tentar encontrar uma mulher o coitado, frustrado por seus respectivos insucessos, vê um jegue ao pé de um cercado. Ele vê o jegue até jeitosinho e sem aquele pudor zoólogo, decide ir foder o cu do animal. O rapaz olha prum lado e pro outro se certificando que não há viva alma a passar por ali, baixa suas calças, levanta o rabo do jegue e empurra o pau com toda a força no bichinho. O jegue que não é bobo, quando sente a metade do pau entrar em seu cu, trava-o com toda a força e prende o rapaz afoito grudado aos quartos do animal. Começou o vai-não-vai e a agonia do homem querendo se desvencilhar do rabo asinal. Eis que o cara pensou: se o jegue aliviar o cu eu tiro meu pau daqui. Mas ao mesmo tempo o animal pensava: se eu aliviar o rabo ele arrocha o resto do pau dentro de mim. Eis que temos o impasse criado. O impasse do jegue onde fez-se um jogo psicológico no qual nenhuma das partes, a fodida e a fodedora, quiseram render-se. E dizem que o rapaz viveu o resto da sua vida preso ao cu do jegue.