Aqui lhes serão
apresentadas pequenas e simples regras de boa convivência e etiqueta em
cabarés, puteiros, boates stripers ou
casas de burlesco. Eu tinha pelo menos 13 ou 14 anos de experiência nesse tipo
de ambiente em vários
Estados do Brasil. Hoje em dia não mais me farto nos bregões.
Mas sou um profundo conhecedor e entendedor de todas as manhas e dicas de bom
comportamento nessas que eu considero as casas de lição que transformam os
meninos em homens. A
primeira e grande lição é sobre as putas. Tudo bem, eu sei: toda mulher que
entra num ambiente desses é puta em algum nível. As que negociam o corpo das
outras (as proxenetas) foram (ou o são) putas. Mas uma vez nesse ofício,
fica-se estigmatizada para sempre. Bem, o que se deve aprender é que nunca se
deve tratar uma mulher que vende prazeres com avilte, humilhando-a, como é
lugar comum. Eu costumo trata-las por “meninas”. Bicho, raciocine comigo: dar o
rabo para um estranho e deixar-se foder por grana já deve ser ruim, imagine,
ainda por cima, ser tratada por “puta”. Deixe de ser um cavalo de
intelectualidade e trate-as com mais respeito e dignidade, ok? Um grande amigo
meu costuma dizer que as meninas são “psicólogas da noite”. E eu concordo!
Imagine que 90% dos homens procuram as meninas para bater um bom papo, aliviar seus
estresses, esquecerem seus cotidianos etc. Pense num alto executivo, casado há
20 anos com a mesma mulher. O cara está muito mais a fim de ouvir bobagem,
escutar abobrinha, falar e ouvir uma putaria do que trepar ou ter que encarar
sua dura vida e sua fria esposa. Por isso o maravilhoso epíteto: “psicólogas”.
Dica: antes pagar umas boas doses de tragos e gastar umas horas papeando com
uma menina do que pagar sessões ao divã. Bem, vamos voltar às regras de conduta
nos cabarés. Antes de ir a uma dessas casas procure informar-se do tipo de
ambiente que lho será proporcionado: se se trata de um pulgueiro ou de um
ambiente mais sofisticado. Em lugares mais “chiques” não é permitido a entrada
com bermudas, por exemplo. Fora que em casas que tenham raparigas de luxo suas
chances de se dar bem ao chegar de bermudas caem a quase zero. Tirando essa
questão de estetiqué, um cabaré é um
cabaré independente de seu nível sócio-econômico e as regras valem para ambos
os tipos de zonas. Seja educado e cortês com todos os funcionários. Desde o
leão-de-chácara, garçons até os faxineiros. Não é pelo fato de que você está
pagando caro pelo serviço que tens o direito de ser grosseiro. Educação e
gorjetas podem lhe render bons dividendos em forma de uma mesa mais bem
escolhida, uma dose mais caprichada, uma cerveja mais gelada ou a simpatia de
todos (das meninas, inclusive) conquistada. Entre num cabaré sem titubear,
pergunte o preço da consumação ao porteiro (e nunca, mas nunca mesmo questione
o preço. se você não o tiver em quantia, saia. pechinchar não é uma boa e você fica
com fama de ser pé-rapado) e peça que ele faça uma pequena e breve preleção de
como é o lugar, os preços médios dos programas com as meninas, se ali existem
quartos etc. Bem, entre no ambiente com austeridade, mas sem empáfia. Mostre-se
confiante e nunca nervoso ou apreensivo. Escolha uma mesa que fique encostada
numa parede qualquer e nunca se afobe para querer escolher uma mesa que fique
em frente ao palco do strip tease.
Essa atitude de “correr” para buscar o melhor lugar em lugares onde existem shows eróticos só mostra seu grau de
imaturidade e passa um leve descrédito entre as habitués da casa. Se você já for cliente antigo da casa e estiver
levando um grupo de amigos para farrear por lá, pode-se dar ao luxo de ficar na
“fila da garganta”, bem em frente ao palco, berrar aos montes e passar a mão
nas dançarinas (eu falei passar a mão e não enfiar a mão). Escolhida a mesa
preste atenção nos garçons e no modo como ele atende aos clientes. Tem lugares
onde os garçons atendem melhor as mesas onde se pedem uísques e outras bebidas
quentes. Claro que não é regra ter que pedir uísque (que eu, por sinal,
detesto), mas essa dica vale para você não ficar irritado se o boy deixar sua mesa em stand by por alguns minutos. Tenha um
pouco de paciência. Antes de pedir a bebida, peça um menu para verificar os preços (e mais uma vez: nunca faça
reclamações sobre os exorbitantes 10 paus cobrados numa dose de rum). Bebida
escolhida e copo abastecido vamos às putas, digo, meninas. Agora vem toda a
arte e todo o encanto que um cabaré pode lhe proporcionar. A arte é que não há
regras. Convém lembrar que uma menina que custe 100 paus a hora da bimbada pode
não ter ido com sua cara, ter amanhecido com o “ovo” virado, enfim... Ela não
vai te dar a mínima nem por 400 “barões”. Em compensação aquela princesinha que
poderia ser sua irmã mais nova de tão bonitinha pode “dar” de graça para você.
Tem muito de feeling nessas horas.
Não seja afobado, mesquinho ou rude. Mostre-se simpático, tenha um bom papo e,
por favor, esteja sem mau hálito. Às vezes algumas meninas podem vir à sua mesa
e pedir para se sentar ou pedir uma dose. Caso você não tenha gostado dela,
gentilmente diga que você não quer companhia naquele momento. Se o lugar for mais
grã-fino aonde as meninas nunca chegam à sua mesa, pode-se aborda-las de dois
modos: aponte uma menina para o seu garçom e peça para que ele faça o convite
para que ela venha sentar-se contigo ou aplique o truque da “galinha morta”:
levante-se em direção ao banheiro ou ao balcão do bar e interpele uma menina de
“supetão”. Apresente-se sem muitas frescuras: diga seu nome, pergunte o dela e
dê dois beijinhos. Comece o papo. Se ela não estiver a fim de você, não fique
com raiva. Idiossincrasias também existem em puteiros. Ela vai
ser muito elegante ao te dar o dispense. Desde o “uma amiga minha está te
chamando”, passando pelo clássico “preciso ir ao banheiro”, o eterno “meu
namorado está aqui” e até o “já tenho um cliente” pode ser ouvido por ti. E
nunca se esqueça dessa regra fundamental: NUNCA aborde uma menina que já esteja
acompanhada. Não é porque ela é puta que ela é de todos. Alguns homens
tomam-nas como verdadeiras “namoradas” e ai daquele que se engraçar com o seu
amor frugal. Estabelecido o contato, convite feito para sentar-se contigo à sua
mesa, vem todo o papo. Se você estiver com boa grana, ofereça uma dose daquilo
que você esteja a beber. Caso você esteja com cerveja, lembre-se que é regra de
algumas casas que as meninas só podem consumir destilados. Ou seja: ela, além
de recusar seu chopp ainda vai lhe pedir uma dose. Caso você não esteja às
pampas monetárias, não ofereça nada para ela. Caso ela peça, invente um “daqui
a pouco” ou um “espere um instantinho”. Se você recusar a dose dela “na lata”,
ela pode achar-te o maior chinelão. A conversa é a melhor parte. Fale de coisas
amenas e nunca vá direto, querendo saber do bê-a-bá sexual ou perguntando o
preço do programa. Tenha calma e tato. O tempo para começar e fazer perguntas
de ordem sexual varia muito de alguns segundos a alguns minutos. Tudo vai
depender da menina e de você. Se você não estiver a fim de transar, a menina
vai perceber isso logo, logo e só vai continuar contigo se ela quiser. Se ela
já tiver feito um programa naquela noite ou não estiver a fim de dar mesmo
quase que com certeza a menina vai continuar contigo por um bom tempo. Se o
filho dela estiver precisando de uma lata de leite em pó para o dia seguinte,
certamente, também, ela vai procurar outro trouxa para pagar por um sexo com
ela que não tu. Depois das delongas, o álcool já deve começar a fazer algum
efeito (em ti, pois as meninas têm uma capacidade gigantesca de não ficarem
bêbadas) e os preços estabelecidos. Se você não vai bimbar, lembre-se que sua
grana é finita e que seu cartão deverá ser pago mês seguinte. Não se exceda,
pague sua conta, dê uma gorjeta ao garçom e ao leão-de-chácara. Cumprimente
todos como se fosse candidato a vereador. Tome seu prumo e vá embora, feliz e
contente por saber que serás tratado a pão-de-ló de uma próxima vez. Se você
saiu com a menina, bem... trate-a como uma princesa até trancar ela no quarto
do motel. Não bata nela (bater = espancar), não a trate como um animal e não a
rebaixe moralmente. Tudo bem que ela é puta. Mas putas também têm algum
sentimento, ok?