sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Bipolar (poesia)




Merda, escarro, mijo.

Flores, mel, borboletas.

Vômito, sangue, porra.

Arco-íris, cachorrinhos, chocolate.

Bukowski, Hemmingway, Burroughs.

Drummond, Cecília, Florbela.

Risperidona, Olanzapina, Quetiapina.

Florais de Bach, Reiki, cristais.

Foda-se, FDP, VTNC.

Olá, bom dia, obrigado.

sábado, 5 de abril de 2014

Panos limpos cravados no colchão (poesia)



Não consigo guardar rancores por muito tempo:

perdoei a Mulher de Muitos

perdoei u´a porrada de namoradas

(“porrada” foi dramático demais – umas duas, vá lá)



Um dia irei te perdoar: perdão de verdade

Mas até que esse dia chegue

Quem irá sofrer as consequências da limpeza de panos

- as consequências do corte rasgado -


Será meu colchão, que coitado, pagou o pato por nada.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Louco, eu? (poesia)





Bebendo nas águas da nosologia poética de Agilberto Calaça, O Maluco
atrevo-me a escrever esse poema mal traçado sobre um dos temas
que mais me apraz:
Loucura.


Ergo um brinde a Machado de Assis, que escreveu sobre Simão Bacamarte,
talvez o homem-quintessência dos loucos,
e a Arthur Bispo do Rosário, que viveu e morreu como louco.
Brindo e finco a questão: o que é ser louco?


Não acredito na psicologia, psiquiatria e outras ciências que prescrevam psicotrópicos
para tratar loucos.
O louco nada mais é o que você queria ser: livre e desprendido de paradigmas, que
enclausuram as pessoas ditas normais em caixas pré-fabricadas.


Pessoas normais como eu e você. “Pessoas na sala de jantar” nunca.