terça-feira, 5 de julho de 2011

A mulher do outro (poesia)


Ela não tinha um rosto excepcionalmente lindo
Nem seios estupendos
Nem pernas grossas
Nem bunda grande e firme
Nem era alta
Magra
Gorda
Ela não tinha nada fisicamente demais que justificasse o que eu sentia por ela


Lascívia despudorada
Despudor orgasmático
Orgasmos de porra viscosa
A porra que de mim verte e que a imagino toda na boca dela
Tudo isso por nada
Nada


Um fundo de razão haveria de existir
Para que meus sentimentos, vis que fossem, pudessem se justificar
E eis que achei uma causa Machadiana: inveja
Ela era dele e não minha
E aquela cara de safada que ela, disfarçadamente, fazia para mim
- eu imaginava isso -
Entregava o verdadeiro motivo pelo qual eu pensava tudo aquilo dela:
“Tá na hora de você arranjar uma mulher para si”, reverberava meu inconsciente

Um comentário:

  1. Quem nunca desejou/"homenageou" a mulher do próximo que atire a 1ª pedra!!

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