sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Seborréia (poesia)


Do alto de seus 1,70m
do claro que se faz a noite quando tu arregalas esses olhos azuis
do cheiro de framboesa de quando tu expiras esse hálito gostoso
do perfume inebriante que exsuda das suas axilas
dos seus bólidos seios que trepidam suaves no seu colo sardentinho
da sua tez, morena-clara, que me faz salivar


Você é o arquétipo da mulher que eu quero ter e foder
- todos os dias -
embora, saibamos que “todos os dias” é impossível
but don't matter
você é toda um soneto bem lapidado
um Bruno Tolentino
métrica perfeita e rimas exultantes


Mas a natureza da perfeição não é tão perfeita assim
ela é implacável às vezes
e dana-lhe a enfeiar uma ou outra coisinha
mas sem nunca estragar o conjunto da obra
pois não sou viado e pouco me importo
com celulites ou estrias


Mas essas caspas eternas que do seu cabelo negro caem
e que salpicam de branco minha camisa de cor escura
podem virar, já disse, uma grotesca seborréia

3 comentários:

  1. Nada pior que uma neve capilar na camisa. Ótima poesia!

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  2. Foda, tem certas coisas que são intoleráveis, seborréia é cruel, mas nada que um shampoo de cetoconazol não resolva...

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