terça-feira, 8 de maio de 2012

Tez (poesia)




A pele da cabocla parece um cupuaçu maduro de tão morena
Fruta respingada de orvalho leve
Gotas que se desfazem ao toque da mão sobre seus pelinhos


O sabor e o olor da pele dela devem ser uma maravilha
E quedo-me salivando imaginando as sensações
Que minha boca, lábios e língua
Provocariam sobre sua tez


Das palmas das mãos aos mamilos
Do seu pescoço encharcado de suor aos seus lábios pequenos fumegantes
Úmidas mucosas com sabor do vinho do araçá
Toda a pele dela quer um macho a lamber-lhe, chupar-lhe, morder-lhe


Num átimo nossos olhares se cruzaram e ela abriu um sorriso
Sorriso de dentes acavalados
Medonhos
E eu, nesse mesmo átimo, pensei: “o ônibus dela podia chegar agora”
Eis que Deus atendeu minha vã prece 

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