Por que eu gosto/prefiro livros de poesias a romances?
Um livro de poesia nunca reclama quando se o é aberto fora de ordem
de trás para frente, pervertidamente excitado ou quando se o lê bêbado.
Imaginem ler Ulisses de pau duro?!?
Não!!! Simplesmente não dá.
Prosa curta talvez ainda se dê para ler dessa forma caótica, mas tal qual a poesia, não.
Só li um livro de poesias que tinha todo um rigor na ordem da apresentação dos poemas.
Mas um Tolentino a gente deixa.
Quer coisa mais gostosa e prosaica que se abrir um livro e ler um trecho, quiçá uma poesia completa e depois, deliciosa e maliciosamente, fecha-lo displicentemente como nada tivesse acontecido? Desconheço (fora sexo) coisas que me dêem mais prazer.
E ainda tem o seguinte: poesias não são como peças de repertórios eruditos. Ninguém normal (ou louco que o seja) consegue ouvir com o mesmo sorriso nos lábios Mahler e Vivaldi, um após o outro. Não sei se sou não-humano, mas consigo transar bem Drummond e Bukowski numa boa. Como se trepando duas vezes sem tirar.
São dessas nuances que me fazem grande amante prostituto dessas artes que por trás estão da poesia. E viva o poder de ter livre-arbítrio para querer se ler poesias do jeito que EU quero e que EU posso.
Livro-arbítrio!
ResponderExcluirA leitura não-linear que o poema permite é apaixonante né?A gente volta ao livro por pura paixão. Ficamos preso por vontade, como o Amor de Camões.
Aline (eu rs) ;)