quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Sobre livros de poesias (poesia)


Por que eu gosto/prefiro livros de poesias a romances?
Um livro de poesia nunca reclama quando se o é aberto fora de ordem
de trás para frente, pervertidamente excitado ou quando se o lê bêbado.


Imaginem ler Ulisses de pau duro?!?


Não!!! Simplesmente não dá.


Prosa curta talvez ainda se dê para ler dessa forma caótica, mas tal qual a poesia, não.
Só li um livro de poesias que tinha todo um rigor na ordem da apresentação dos poemas.


Mas um Tolentino a gente deixa.


Quer coisa mais gostosa e prosaica que se abrir um livro e ler um trecho, quiçá uma poesia completa e depois, deliciosa e maliciosamente, fecha-lo displicentemente como nada tivesse acontecido? Desconheço (fora sexo) coisas que me dêem mais prazer.


E ainda tem o seguinte: poesias não são como peças de repertórios eruditos. Ninguém normal (ou louco que o seja) consegue ouvir com o mesmo sorriso nos lábios Mahler e Vivaldi, um após o outro. Não sei se sou não-humano, mas consigo transar bem Drummond e Bukowski numa boa. Como se trepando duas vezes sem tirar.


São dessas nuances que me fazem grande amante prostituto dessas artes que por trás estão da poesia. E viva o poder de ter livre-arbítrio para querer se ler poesias do jeito que EU quero e que EU posso.

Um comentário:

  1. Livro-arbítrio!
    A leitura não-linear que o poema permite é apaixonante né?A gente volta ao livro por pura paixão. Ficamos preso por vontade, como o Amor de Camões.


    Aline (eu rs) ;)

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